domingo, 13 de enero de 2013

O PMK DE MIRA Y LÓPEZ (2 ° PARTE). ALGUMAS SEMELHANZAS ENTRE O PMK E A GRAFOANÁLISIS



 





Antonio Ruiz de Azúa Mercadal . Boletín nº 28 de la Agrupación de Grafoanalistas Consultivos de España. Barcelona. 28:15-24. 2002

 

 

Em uma carta com motivo da publicação da primeira parte deste artigo, Alice Galland de Mira me informava que não existiam publicações de trabalhos sobre estudos comparativos entre o PMK e a Grafoanálise.

Porém Mira y López sim trabalhou com testes grafológicos. Estes diferem da grafoanálise em que o provando se submete a provas escritas no laboratorio de psiquiatria baixo umas premissas prévias. A escrita recolhida não é uma espontânea como a que estuda o grafoanalista.

Segundo Mira y López os testes grafológicos e o PMK se assemelham por pertencer ambos ao grupo dos testes expressivos, já que nos testes expressivos o individuo não se projeta (fator essencial nos projetivos) em lugar algum, senão ao contrário: se concentra em si, reage como bem lhe parece, com seu controle habitual, mas(e isso é o essencial) mediante um dispositivo ou recurso técnico especial, uma parte de seu processo reacional é posta em evidência, com inteira independência de sua vontade. Se, as provas projetivas tendem ao sujeito uma cilada para que “se deixe levar” ingenuamente, as provas expressivas se limitam a obter um material sobre o qual ao sujeito não lhe cabe intervir, porque sempre tem que escapar a seu controle, dada as condições da experiência ou natureza do mesmo’(1)

Para Mira y López há seis características que deve reunir um teste para que seja considerado expressivo (1):

1º) Há de ser capaz de estimular a produção regular e constante da expressão que vai ser estudada.

2º) Esta expressão, a sua vez, deve achar-se diretamente vinculada com a atividade psíquica da qual é signo.

3º) O número de fatores extrapsíquicos capazes de influenciar os arcos efeitores e o setor somático terminal, o qual cada expressão se manifesta, devem ser mínimos.

4º) Deve existir na técnica do teste um meio de acusar um fluxo alterante de tais fatores quando ultrapassam o dintel da tolerância.

5º) A expressão provocada e registrada pelo teste, tem que possuir uma margem de variabilidade suficientemente ampla como para permitir uma classificação dos resultados equivalentes à margem de variação que a atividade ou processo psíquico correspondente tanto intra como interindividualmente.

6º) Os dados obtidos mediante o registro expressivo devem ser de forma que prestem facilmente a uma tabulação estatística, capaz de permitir sua análise e valorização com as técnicas psicoestatísticas correntes( análise de variança, fatorial ou interferencial). (1)

Os testes miokinéticos como o PMK (estudam os desequilíbrios da tensão postural braquial) e os testes grafológicos (estudam as variações tensionais e formais da grafia) cumprem estas seis premissas, pelo que pode ser considerados testes expressivos. A grafoanálise não é um teste propriamente dito (como hemos indicado, não está realizado em condições estandar de laboratorio), mas comparte algumas coincidências com essas seis premissas, em especial com aquelas que se relacionam com a atividade psíquica.

“ Entre as diversas obras resultantes da atividade humana não há dúvidas que aquelas que hão sido producidas livres e espontâneas são as que melhor podem servir para o análise psiquiátrico. Interessam aos especialistas os rasgos kinéticos, ou seja, as configurações musculares que se fixaram ao papel: o estudo de texto original, principalmente se foi escrito de punho e letra pode dar ao grafólogo indicações preciosas para inferir o estado de seu autor" (2).


Lhe faltava a grafoanálise poder ser mesurada com parâmetros estatísticos. Com a aparição do Método Vels de grafoanálise se estabelece “ um método de valorização matemática dos signos gráficos” (3) A aparição de um método mensurável dos elementos caligráficos (método Vels) significou um passo importante na grafoanálise ao que ainda não se deu seu autêntico valor. É uma boa ferramaneta de validação científica. Os dados obtidos de uma escrita se podem comparar com os de outras. É porisso que a grafoanálise tem, a meu parecer, mais semelhança com os testes expressivos que projetivos.

Entre as diferenças do PMK e a grafoanálise encontramos que o primeiro está realizado no laboratorio e sem o controle da visão (salvo no tramos do início do traço). Na grafoanálise há controle da visão por parte do individuo e realiza a escrita livre e espontaneamente em seu meio habitual. No PMK se estuda os traços realizados com a mão direita e a esquerda, enquanto que na grafoanálise só estudamos as escritas realizadas com a mão dominante (predominio da razão) e portanto não podemos realizar estudos tão precisos sobre a coerência intrapsíquica entre os dois hemisférios.

Para Mira y López a grafologia é muito útil na investigação psicológica, em especial quando se associa a outros meios de investigação miokinética, como por exemplo o PMK (2)

Seria interesante que se realizaram estudos comparados entre o PMK e o estudo grafológico.

Incluimos nesta segunda parte os gráficos do PMK (4) citados e não incluidos no Boletim nº 27 do segundo trimestre de 2001 e alguns exemplos de casos clínicos de PMK, com os comentarios do próprio Mira extraido do seu livro de Psiquiatria, (1).

BIBLIOGRAFIA:

1) Mira y López, E Psiquiatria tomo III 4ª edição. El Ateneo. Buenos Aires, 1955

2) Mira y López, E. Psiquiatría tomo I. 4ª edición. El Ateneo. Buenos Aires 1955

3) Vels Augusto. Manual de grafoanálise. AGC de Espanha, Barcelona 1981

4) Mira y López, E Psicodiagnóstico miokinético. Ed Piados. Buenos Aires, 1979

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